WEG (WEGE3) Frustra de Novo e Ações Desabam 11,5% Após 1T25

Hoje, 30 de abril de 2025, as ações da WEG (WEGE3), gigante brasileira do setor de equipamentos elétricos, despencaram 11,5% na B3, cotadas a R$ 40,62 por volta das 17h37, após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25). Apesar de reportar crescimento no lucro e na receita, os números ficaram abaixo das expectativas do mercado, reacendendo preocupações sobre o desempenho da empresa em um cenário econômico global desafiador. Mas o que exatamente está desanimando os investidores? Vamos analisar os resultados, o contexto e as razões por trás dessa reação negativa.


Resultados do 1T25: Crescimento, Mas Abaixo do Esperado

A WEG anunciou um lucro líquido de R$ 1,546 bilhão no 1T25, uma alta de 16,4% em relação ao 1T24 (R$ 1,328 bilhão). A receita operacional líquida cresceu 25,5%, atingindo R$ 10,078 bilhões, e o EBITDA subiu 22,8%, para R$ 2,17 bilhões. Apesar desses números positivos, o mercado esperava mais: analistas consultados pela LSEG projetavam um lucro de R$ 1,78 bilhão e um EBITDA de R$ 2,37 bilhões. A receita também ficou 3% abaixo das projeções de bancos como o J.P. Morgan, que destacou a desaceleração no crescimento das receitas externas.

O ROIC (retorno sobre o capital investido), uma métrica usada para avaliar a eficiência da empresa, caiu 5,7% em relação ao 1T24, embora ainda seja elogiável, em 33,2%. A margem EBITDA recuou 40 pontos-base, para 21,6%, pressionada por um mix de vendas mais focado em produtos de baixa margem, como os do segmento de energia solar. Esses números mostram que, embora a WEG tenha crescido, o ritmo e a qualidade dos resultados não atenderam às altas expectativas do mercado.


Por Que o Mercado Está Desanimado?

A queda de 11,5% nas ações da WEG reflete uma combinação de fatores que têm frustrado os investidores, especialmente considerando o histórico de expectativas elevadas para a empresa, conhecida por sua consistência e inovação. Vamos detalhar os principais pontos de preocupação:

  • Resultados Abaixo do Consenso: O lucro de R$ 1,546 bilhão e o EBITDA de R$ 2,17 bilhões vieram abaixo do esperado (R$ 1,78 bilhão e R$ 2,37 bilhões, respectivamente). A WEG tem um histórico de superar expectativas, e essa “frustração” repetida – a empresa já havia desapontado em trimestres anteriores – pesa na confiança dos investidores. Posts no X refletem esse sentimento, com usuários apontando que o lucro menor que o projetado foi o principal gatilho para a queda das ações.
  • Queda na Margem e Mix de Vendas Desfavorável: A margem EBITDA caiu para 21,6%, impactada por um maior peso de produtos de baixa margem, como os do segmento de energia solar. Esse mix menos lucrativo preocupa o mercado, que esperava uma expansão maior das margens, especialmente em um trimestre de forte crescimento de receita. O J.P. Morgan destacou que a desaceleração no crescimento das receitas externas, que subiram 36% (impulsionadas pelo dólar mais forte e pela América do Norte), não foi suficiente para compensar essa pressão.
  • Valuation Elevado e Pouca Margem de Erro: A WEG é negociada a um múltiplo preço/lucro (P/L) estimado de 28,8x para 2025, considerado caro em comparação com a média da bolsa brasileira, que está mais barata. Esse valuation elevado deixa pouco espaço para erros: quando os resultados não superam as expectativas, a reação do mercado tende a ser mais severa, como vimos hoje. Analistas no X apontaram que, apesar do “ótimo negócio” que a WEG representa, o preço atual não oferece uma margem de segurança atrativa.
  • Contexto Macroeconômico Desafiador: O cenário global não ajuda. A guerra comercial entre EUA e China, intensificada pelas tarifas de Donald Trump, pressiona cadeias de suprimentos globais, afetando empresas industriais como a WEG, que depende de mercados externos (as vendas externas representam uma fatia significativa da receita). Além disso, a Selic em 14,25% no Brasil eleva o custo de capital e torna a renda fixa mais atraente, reduzindo o apetite por ações de crescimento como a WEG, que exige paciência para retornos de longo prazo.
  • Competição e Desaceleração em Segmentos-Chave: O crescimento robusto das receitas externas (36%) foi ofuscado pela desaceleração em outros segmentos. A WEG enfrenta concorrência crescente em mercados como energia renovável e automação industrial, e o mix de vendas menos lucrativo sinaliza que a empresa pode estar priorizando volume em vez de margens, o que não agrada investidores focados em rentabilidade.

Reação do Mercado e Perspectivas

A queda de 11,5% nas ações da WEG hoje reflete uma correção típica após resultados que não atendem às expectativas, especialmente para uma empresa com um valuation tão esticado. Por volta das 17h37, WEGE3 era cotada a R$ 40,62, uma forte desvalorização em relação ao fechamento de ontem, R$ 45,92 (calculado com base na queda reportada). Esse movimento foi amplificado pela venda generalizada de investidores institucionais, que ajustaram suas posições após o balanço.

Analistas têm opiniões mistas sobre o futuro da WEG. O J.P. Morgan, por exemplo, mantém uma visão neutra, destacando a desaceleração nas receitas externas como um ponto de atenção, mas elogiando a consistência operacional da empresa. Outros, como os do Santander, acreditam que a WEG segue sendo um “ótimo negócio” no longo prazo, com fundamentos sólidos, mas sugerem que o momento atual não é ideal para novas compras, dado o preço elevado. No X, o sentimento é de decepção, com usuários apontando a queda do ROIC e o lucro abaixo do esperado como sinais de que a WEG “frustrou de novo”.

Olhando para frente, a WEG pode enfrentar desafios adicionais em 2025. A guerra comercial global e a volatilidade nos preços das commodities podem continuar pressionando suas margens, enquanto a Selic alta no Brasil limita o apetite por ações de crescimento. Por outro lado, a empresa tem um histórico de inovação e resiliência – sua receita cresceu 25,5% no 1T25, e o mercado externo, especialmente na América do Norte, segue forte. A WEG também está investindo em novos projetos, como soluções para energia renovável e automação, que podem trazer resultados melhores nos próximos trimestres.


Conclusão: O Que Fazer com WEGE3 Agora?

A WEG (WEGE3) enfrentou uma forte reação negativa do mercado hoje, com suas ações caindo 11,5% após resultados do 1T25 que, apesar de sólidos, ficaram abaixo das expectativas. O lucro de R$ 1,546 bilhão e o EBITDA de R$ 2,17 bilhões desapontaram analistas, enquanto a queda na margem EBITDA (para 21,6%) e o mix de vendas menos lucrativo levantaram preocupações sobre a rentabilidade. O valuation elevado (P/L de 28,8x) e o cenário macroeconômico desafiador, com guerra comercial e Selic alta, amplificaram a frustração dos investidores.

Se você já é acionista, pode valer a pena segurar as ações, desde que confie no potencial de longo prazo da WEG – a empresa tem fundamentos fortes e um histórico de crescimento. No entanto, para novos investidores, o momento atual pode não ser o melhor para entrar, dado o preço esticado e os riscos macroeconômicos. Acompanhar os próximos trimestres será crucial para avaliar se a WEG conseguirá recuperar a confiança do mercado e voltar a superar as expectativas. E você, o que acha do futuro da WEG? Vai segurar suas ações ou esperar por uma correção maior?


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima