Você sabia que milhões de aposentados e pensionistas do INSS foram vítimas de um golpe bilionário que desviou R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024? Esse esquema fraudulento, revelado em 2025 pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), envolveu descontos irregulares em benefícios, atingindo pessoas que muitas vezes nem sabiam que estavam sendo roubadas. A operação, chamada de “Sem Desconto”, expôs uma rede de corrupção que atravessou governos e levou ao afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em 23 de abril de 2025. Mas como isso aconteceu, quem são os responsáveis e o que você pode fazer para se proteger?
Neste artigo, vamos detalhar o funcionamento desse golpe, os impactos para os beneficiários e as medidas tomadas pelas autoridades. Você também vai aprender como identificar e evitar descontos indevidos no seu benefício, além de entender o que o governo está fazendo para reorganizar o sistema e proteger os aposentados. Um esquema desse tamanho mostra como os mais vulneráveis podem ser alvos fáceis – então, que tal se informar e garantir que seu dinheiro esteja seguro?
O Que Foi o Golpe de R$ 6,3 Bilhões no INSS?
O golpe de R$ 6,3 bilhões contra aposentados e pensionistas do INSS foi um esquema de descontos associativos não autorizados que aconteceu entre 2019 e 2024, durante os governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Entidades que deveriam representar os beneficiários – como associações e sindicatos – cobravam mensalidades diretamente na folha de pagamento do INSS sem a autorização expressa dos aposentados. Essas mensalidades, que supostamente dariam acesso a benefícios como descontos em academias, planos de saúde ou assistência jurídica, na verdade eram fraudulentas: 97% dos 1.300 aposentados entrevistados pela CGU afirmaram nunca terem autorizado os descontos.
O esquema foi descoberto após auditorias iniciadas em 2023 pela CGU, que identificou irregularidades em 29 entidades com acordos de cooperação técnica (ACTs) com o INSS. Segundo o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, 72% dessas entidades não tinham estrutura operacional para oferecer os serviços prometidos e não entregavam a documentação necessária para justificar os descontos. O valor desviado cresceu ao longo dos anos: em 2016, os descontos somaram R$ 413 milhões, mas saltaram para R$ 1,2 bilhão em 2023 e R$ 2,8 bilhões em 2024, mostrando uma escalada alarmante.
Como o Esquema Funcionava?
As entidades envolvidas no golpe firmavam acordos de cooperação técnica com o INSS, que permitiam descontar mensalidades diretamente dos benefícios dos aposentados e pensionistas. No entanto, para que esses descontos fossem legais, era necessária a autorização expressa do beneficiário – o que, na maioria dos casos, não acontecia. A investigação revelou que muitas autorizações foram falsificadas, com assinaturas forjadas ou documentos manipulados.
Os descontos eram aplicados de forma recorrente, e os valores variavam, afetando cerca de 6 milhões de beneficiários que tinham algum tipo de desconto associativo. Muitas vítimas eram pessoas vulneráveis, como idosos doentes, que só percebiam o problema ao notar valores menores em seus contracheques. A falta de fiscalização rigorosa por parte do INSS permitiu que o esquema se expandisse, e os lucros eram usados para enriquecer os criminosos: com um dos investigados, a PF encontrou carros de luxo, como Ferraris e Rolls-Royce, avaliados em R$ 15 milhões, além de mais de US$ 200 mil em espécie.
Quem Foram os Envolvidos e Quais as Consequências?
A Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril de 2025, envolveu 700 policiais federais e 80 servidores da CGU, cumprindo 211 mandados de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária em 13 estados e no Distrito Federal. Seis servidores públicos foram afastados, incluindo o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi indicado pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, do PDT . Stefanutto, que também foi alvo de buscas em seu gabinete e residência, é filiado ao PDT e servidor de carreira do INSS desde 2000.
Embora a participação de cada agente ainda esteja sob investigação, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou os aposentados como “vítimas fáceis” desses criminosos, destacando a gravidade do esquema. Onze entidades foram alvo de medidas judiciais e estão impedidas de aplicar novos descontos, enquanto o governo suspendeu todos os acordos de cooperação técnica para reorganizar o sistema e evitar fraudes futuras. Os investigados podem responder por crimes como corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, organização criminosa e lavagem de capitais.
Impacto para os Aposentados e Pensionistas
O golpe afetou diretamente cerca de 6 milhões de aposentados e pensionistas do INSS, muitos dos quais já vivem com benefícios modestos – 70,5% dos beneficiários recebem até um salário mínimo (R$ 1.518 em 2025). Para essas pessoas, qualquer desconto indevido pode comprometer despesas básicas, como alimentação e medicamentos. Muitos só descobriram os descontos ao consultar seus contracheques, e o governo recebeu mais de 190 mil pedidos de revisão de descontos em 2024, mostrando a extensão do problema.
Além do impacto financeiro, o esquema gerou desconfiança no sistema previdenciário. Aposentados doentes, que dependem de benefícios para tratamentos, foram especialmente prejudicados, com relatos de descontos que os pegaram de surpresa. A operação expôs falhas na gestão do INSS, que não verificava rigorosamente as autorizações, e levantou questionamentos sobre a responsabilidade de sucessivos governos, já que o esquema começou em 2019 e continuou até 2024.
Como Verificar e Evitar Descontos Indevidos?
Se você é aposentado ou pensionista do INSS, é essencial verificar seu contracheque regularmente para identificar possíveis descontos irregulares. A PF e o INSS orientam os seguintes passos para se proteger:
- Consulte seu extrato de pagamento: Acesse o site ou aplicativo Meu INSS, faça login com seu CPF e senha no Portal Gov.br, e clique em “Extrato de Pagamento”. Lá, você pode verificar se há descontos de mensalidades associativas.
- Peça a exclusão de descontos indevidos: No Meu INSS, use a funcionalidade “Exclusão de Mensalidade de Associação ou Sindicato” ou “Bloqueio de Mensalidade Associativa” para suspender descontos não autorizados. Você também pode ligar para a Central 135, que atende de segunda a sábado, das 7h às 22h.
- Denuncie fraudes: Se identificar descontos indevidos, denuncie à ouvidoria do INSS pelo site ou pelo telefone 135. Em casos graves, procure a Polícia Federal ou registre um boletim de ocorrência.
- Nunca compartilhe dados pessoais: O INSS não solicita informações por telefone, e-mail ou WhatsApp. Desconfie de qualquer contato pedindo dados bancários, senhas ou documentos, e nunca envie fotos de documentos pessoais.
Além disso, mantenha seus dados de contato atualizados no Meu INSS para receber notificações oficiais, e evite intermediários que prometem facilidades em serviços previdenciários – todos os serviços do INSS são gratuitos.
O Que o Governo Está Fazendo para Resolver o Problema?
Após a Operação Sem Desconto, o governo tomou medidas para conter o problema e proteger os beneficiários. Todos os acordos de cooperação técnica com entidades associativas foram suspensos, e o INSS está revisando o sistema para garantir que os descontos só ocorram com autorização expressa. O ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, enfatizou a necessidade de um “freio de arrumação” para reorganizar o processo e evitar novas fraudes.
O presidente Lula foi informado da operação em uma reunião no Palácio da Alvorada em 23 de abril de 2025 e ordenou a suspensão de todos os contratos suspeitos. A PF abriu 12 inquéritos para aprofundar as investigações, e os bens sequestrados, no valor de R$ 1 bilhão, podem ser usados para ressarcir os prejuízos no futuro. No entanto, especialistas e usuários em redes sociais, como o X, apontam que a solução definitiva depende de mais transparência e fiscalização no INSS, além de punições exemplares para os culpados.
Conclusão: Proteja-se e Exija Justiça!
O golpe de R$ 6,3 bilhões contra aposentados e pensionistas do INSS é um exemplo chocante de como a falta de fiscalização e a ganância podem prejudicar os mais vulneráveis. Entre 2019 e 2024, milhões de beneficiários tiveram seus benefícios reduzidos por descontos fraudulentos, e a operação da PF em 2025 foi um passo importante para desmantelar o esquema e punir os responsáveis. No entanto, a confiança no sistema previdenciário foi abalada, e cabe ao governo implementar medidas mais rigorosas para evitar que isso se repita.
Se você é aposentado ou pensionista, não deixe de verificar seu contracheque no Meu INSS e denunciar qualquer desconto irregular. Fique atento a golpes e nunca compartilhe seus dados com terceiros. A luta por justiça continua, e sua vigilância é essencial para proteger seu benefício. Que tal acessar o Meu INSS agora e garantir que seu dinheiro esteja seguro?